quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

«O rock''n''roll nunca se leu assim»

Keith Richards não só não tem nada a esconder (a drogaria, a filha-da-putice, o desdém pelas “morais mesquinhas” do bom gosto burguês), como tem um prazer imenso em contá-lo.

Sabemos como funcionam vezes de mais as autobiografias ou biografias “autorizadas” de músicos rock. Como uma longa justificação. Algo do género: “Durante anos disseram de mim isto e isto e isto” - sendo que aquilo e aquilo e aquilo são pormenores pouco consentâneos com o estatuto respeitável entretanto adquirido -, “mas a verdade não é essa”. Segue-se então a versão “limpinha” da história e o mundo fica mais sereno por descobrir que o senhor rebelde/adúltero/drogado/verme dado à “filha-da-putice” sempre foi, afinal, um primor de ser humano sem falha a apontar.

Em alternativa a esta lógica, faz-se da biografia uma catarse dos supostos erros do passado, acentuando que isso eram “coisas daquele tempo” ou “coisas da idade” ou “coisas que as pessoas com que me dava me levaram a fazer”. Daí traça-se o percurso que conduz ao momento presente: família feliz, senhor respeitado no bairro, adulado por toda a nação e frequentador da igreja/mesquita/sinagoga/centro de yoga local. Um aborrecimento, como se depreende.

Life, a autobiografia de Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones, traduzida para português um ano depois da edição original, em 2010, tem sido justamente celebrada por todos os que tiveram o privilégio de a ler por ser precisamente o contrário. Keith Richards não só não tem nada a esconder (a drogaria, a filha-da-putice, o desdém pelas “morais mesquinhas” do bom gosto burguês), como tem um prazer imenso em contá-lo. Não o faz, entenda-se, por egocentrismo e fanfarronice, mas por ser um muito talentoso contador de histórias com uma memória prodigiosa, um humor desconcertante e uma sensibilidade que o calão desmesurado não indiciaria. Life é o corpo de Keith Richards. [...]  Leia a crítica completa aqui.

Classificação: 5 estrelas

Mário Lopes, Ípsilon / Público, 16/12/11 


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

LIFE no «Expresso»


Keith Richards tem uma memória tão boa que, francamente, assusta. [...]
São cativantes espreitadelas a meio século de mecânica interna dos Rolling Stones, intercaladas com reflexões sobre a vida de um cavalheiro inglês consciente da sua idade avançada e daquilo que o torna uma figura iconográfica. O relato de Richards consegue soar ao mesmo tempo rigoroso, convincente e caricatural. Os anos da sua infância na Inglaterra esburacada e racionada do pós-guerra garantem capítulos extraordinários. Percebe-se a génese dos Stones na descrição da sua audição obsessiva dos discos de Chuck Berry, Bo Diddley, Jimmy Reed e muitos outros. Há também uma inevitável escala de afectos estampada em Life [...].

Classificação: 4 estrelas

Jorge Manuel Lopes, Atual / Expresso, 17/12/11

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

«O rock'n'roll nunca se leu assim» - LIFE no «Ípsilon»

Classificação: 5 estrelas. 

O rock'n'roll nunca se leu assim

«Keith Richards não só não tem nada a esconder (a drogaria, a filha-da-putice, o desdém pelas «morais mesquinhas» do bom gosto burguês), como tem um prazer imenso em contá-lo. Não o faz, entenda-se, por egocentrismo e fanfarronice, mas por ser um muito talentoso contador de histórias com uma memória prodigiosa, um humor desconcertante e uma sensibilidade que o calão desmesurado não indiciaria. Life é o corpo de Keith Richards. [...]

Criado com o jornalista e amigo de décadas James Fox, Life é um portento. Numa escrita fluida, arrancada ao ritmo e às expressões da oralidade, algo que a tradução de José Luís Costa verte com sucesso para Português, descobrimos bem mais do que julgávamos saber sobre este homem cuja vida foi tão esmiuçada ao longo dos anos.[...]

Keith Richards viveu mais três vidas do que nós, pobres mortais, e agora contou como foi. O simples acreditar na vida incrível que viveu é virtude da forma como a pôs em livro, e da inteligência revelada ao longo do percurso que como ele percorremos.

No fim, conhecemos o mito em todo o seu esplendor e temos um relato pungente de um dos períodos mais fascinantes da história da música popular. Mas sentimo-lo próximo, definitivamente humano. Em Life, muito provavelmente «a» biografia rock'n'roll, ganhamos um amigo para a vida chamado Keith Richards.»

Mário Lopes, «Ípsilon / Público», 16/12/11

LIFE (Keith Richards) e ROMANCES (Flannery O'Connor): Sugestões de Natal na revista «Os Meus Livros»

«Vidas de aventura
Se o Rock é sinónimo de transgressão, os Rolling Stones são um dos seus exemplos de maior sucesso. Life é o singelo título adoptado pelo seu guitarrista, Keith Richards, para nos guiar numa viagem alucinante pelo seu percurso, os seus desvarios, loucuras, excessos, recordações e paixões. "Mil novecentos e sessenta e sete foi o ano de viragem, o ano em que as costuras rebentaram" (pág. 201), escreve o músico, neste livro que inaugura a Theoria.»





«Violências diferentes
É mais conhecida pela sua escrita de contos, mas também no romance deixou trabalho importante. A Theoria reuniu os dois títulos de Flannery O'Connor (O Céu é dos Violentos e Sangue Sábio) sob a designação Romances

in Os Meus Livros, Dezembro de 2011

















Crítica a LIFE na revista «Ler»

Vender a alma ao diabo sem entregar a mercadoria

«A autobiografia de Keith Richards é um longo e divertido manual de sobrevivência ao facto de se ser Keith Richards.[...]
Na autobiografia lançada em 2010, escrita em colaboração com James Fox, Keith Richards expõe-se como poucos músicos o fizeram até hoje. Life é um livro polémico q.b. para não deixar ninguém indiferente.[...]
Keith Richards é o exemplo perfeito de como é possível cultivar a imagem de rebeldia e inconformismo sem ficar completamente preso a ela, acabando como uma caricatura de si próprio, e sem sucumbir aos excessos.[...]
O corpo de Richards é um manifesto vivo da filosofia do rock, no andor dos mitos que lhe inventaram e que ele nunca se preocupou em desmentir. Aquilo que ele nos conta não é uma lição. É a vida. Neste caso, a Life
Bruno Vieira do Amaral, Ler, Dezembro de 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Crítica a LIFE na revista «Blitz»


 «Fiel ao seu princípio de se estar a marimbar para ser respeitável, em Life, Richards conta tudo sem pôr paninhos quentes ou tentar parecer o bom da fita.[...] A imagem com que ficamos de Richards é a de que ele é um daqueles tipos que se conhece, bebe-se uns copos com ele, fica-se à conversa até de madrugada e tem-se a impressão de se ter ganho ali um amigo para a vida. É esse tom íntimo, de rufia com bom coração, de macho que no fundo é um puto perdido, que nos conquista. Um primor de biografia.»
Classificação: 4 estrelas
João Bonifácio, Blitz, Dezembro de 2011

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

LIFE no «Ípsilon /Público» da próxima 6.ª feira, 16

Na próxima sexta-feira, dia 16 de Dezembro, no «Ípsilon» / Público:
recensão a LIFE, de Keith Richards.

domingo, 11 de dezembro de 2011

«Romances» nas recomendações para prendas de Natal do «Expresso»

«De uma autora mais conhecida pelos seus contos, os dois romances contidos neste volume (Sangue Sábio e O Céu é dos Violentos, os únicos que escreveu) habitam o mesmo universo do chamado gótico sulista. Mas a utilização desta etiqueta desmerece quanto neles existe de individual, com as personagens estranhas ou fanáticas e a mistura de obsessão religiosa com questões sexuais e de pura sobrevivência.»

Luís M. Faria, Atual/Expresso, 10/12/11 - livros a ter em conta na lista das prendas de Natal

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Wise Blood (1979), realizado por John Huston

Se gosta do livro Sangue Sábio, de Flannery O'Connor (incluído na obra reunida Romances), saiba que existe um filme realizado por John Huston inspirado na obra da autora. Veja aqui o trailer.




segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Veja aqui a edição do Diário Câmara Clara em que José Mário Silva fala sobre a obra reunida de Flannery O'Connor: ROMANCES. Minuto 02:27.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Hoje, no Diário Câmara Clara (22h35), José Mário Silva fala sobre a obra ROMANCES, de Flannery O'Connor.